AS PESSOAS VIRTUAIS


Desde criança sempre fui chegado a ter companheiros de infância, era só encontrar qualquer pirralho e pronto. Lá estava eu fazendo camaradagem e boas amizades. Cresci e levei comigo esse bom hábito: multiplicar colegas e amigos...
Podem me chamar de careta, mas no meu tempo as “brincadeiras de criança” era um jogar gude, uma picula, um esconde-esconde, um empinar araia, ou seja, havia presença física entre nós e o contato não era nada virtual como vivemos atualmente. Hoje em dia com força intensa da tecnologia, a internet devorou (mastigou com seus dentes afiados) toda aquela infância de mãos sujas e roupas rasgadas que todo individuo agora adulto, quando criança deveria passar – nessas últimas décadas – e não ficar refém, engessado com a cara dura diante de um monitor. A essa nova turma poderíamos chamá-la de “Geração pós Coca-Cola”.
A verdade é que o mundo virtual vence o mundo real a cada dia, a cada momento. Passamos por diversas evoluções: primeiramente nos comunicamos por carta, depois por telex, em seguida pelo fax e agora pelo correio eletrônico. O popular email, tá mais conhecido do que papel e caneta em todo planeta.
A comunicação a distância via internet vem causando um grande mal. O mal da ausência e de falta dos encontros presenciais (o mundo não se resume em envio de emails e mensagens instantâneas, por mais que nos faça ganhar tempo). Daí surge à pergunta: será verdade? Que estrago seria este? Bem, pela colunista da Revista Marie Claire, Leila Ferreira, a situação é grave – no meu entendimento –, tanto que já foram feitos estudos na cidade de Estrasburgo, na França, sobre o problema. Uma escola de lá propôs aos seus alunos e a seus pais que ficassem 10 dias sem comunicação de televisão, vídeo-game e computador, esse último, um dos grandes vilões da era comunicação eletrônica.
Resultado: Em todas as famílias o relacionamento familiar melhorou, pois seus membros começaram a prestar mais atenção uns nos outros e viram que estavam totalmente ilhados, isolados principalmente pelo sentimento. Eram pessoas solitárias em seu pequeno mundo, um mundo digerido pela o efeito nocivo que passamos todos nós, o de não se comunicar de forma correta.
Todavia, como em toda moeda tem seus dois lados, o outro lado da questão se refere às coisas boas que ela oferece. Nele, temos o poder de interagir com todo mundo do mundo quando se trata da internet. Sim, a grande vilã agora transformar-se em mocinha, com seu reino proliferado de canais de comunicação, tais como: blogues, Facebook, Orkut, sites, emails a invadir nossas vidas. Somos uma legião de pessoas que fermentam o vício, a necessidade e a doença (o excesso de navegação na rede), além da solidão do internauta. O cidadão que passa horas a fio vendo um mundo virtual e mais nada!
Não nego que faço parte dessa gente, pois gerencio um bom par de blogues. Considero-me um viciado pela informação da rede mundial, a dita internet. Porém procuro ver seus benefícios e utilizá-lo da melhor maneira. Vou explicar: através do blog do Movimento Vamos Adotar Um Cão, criei uma rede de amizade de grande valor. Todas elas eu procuro manter sempre em contato pelo o blog do movimento, aproveitei a situação para trocar idéias, sugestões, opiniões sobre o que fazer em matéria de assuntos e postagens. Foi assim que conheci Jorge, Natália, Carol (por tabela – graças à coluna “Nati Mãezona”), Ana e outras tantas pessoas, pelo o “Carteiro Virtual”, uma espécie de email-ajuda que deu certo e hoje tem credibilidade na rede, entre aqueles que confiam no serviço oferecido.
Sei que a amizade de internet é fria, mesmo a gente vendo a foto ou a pessoa em tempo real no outro lado da rede, num quadradinho do MSN, por exemplo, a impressão é que estamos falando no diserto – seco de calor humano. Refiro-me aqui do calor da presença, a mesma de quando estava cercado de colegas e amigos na infância.
A verdade é que a internet pode ligar pessoas distantes e criar um vínculo de amizade fortíssimo. Sou a prova viva disso. Trocando notícias e novidades com vários amigos longe de mim, mas perto, graças a um aparelhinho chamado modem, que faz o nosso contato mais freqüente.
Outra coisa interessante que acontece pela internet, é volta da imaginação. Pedida do dicionário do nosso sentimento, desde que a televisão chegou ao Brasil e desbancou o Rádio, o maior estimulador do imaginar alheio. Era um tempo de ouvir e sonhar com as imagens criadas a partir das novelas de rádio. E assim, o ouvinte se imaginava dentro daquela roupa, passeando naquele lugar, além de visualizar somente pela narrativa do locutor a beleza das personagens. Considero essa época dourada, pois tínhamos a capacidade à flor da pele de vivenciar pelo imaginário.
É justamente nesse vivenciar que notei que ficamos mais receptíveis (isso quando não usamos o vídeo-chat) ao batermos um papo nesses canais de mensagens. Recentemente ao conversar virtualmente com uma amiga num desses canais, parei e viajei ao imaginar sua cidade, sua casa, sua comida e seus bichos pela descrição de onde estava. Dessa forma, a internet contribui para que a gente possa exercitar nossa imaginação pouca utilizada quando estamos em rede, fazendo parte dessa bendita comunidade eletrônica.
As pessoas virtuais, porém humanas são reflexos do mundo que vivemos. Um mundo do imediatismo, do agora e também destruidor de relacionamentos mais próximo, que tínhamos no passado não muito longe, no qual, não era preciso aprender a abreviar palavras, a escrever com sinais ortográficos e o mais grave, escrever errado.
Sou saudosista e conservador das boas coisas que deveriam ser eternas e não são porque estamos sendo levado a um lugar sem volta. A volta de valorizar as pessoas como peças importantes nessa engrenagem.
Temos de ser menos virtuais e mais humanos. Saiba: O calor humano não acontece pelas máquinas frias e mecânicas do mundo moderno, mas pelo contato físico e pelo coração, lugar onde o sentimento acontece e nos une. Acredite!

1 comentários:

Gigi Colombini disse...

Feliz dia do "AMIGO"

LAMBEIJOKAS E AUBRACINHOS...
AUDORO VOCÊ!!!

LOLA

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