REPORTAGEM E ENTREVISTA COM UPAS União de Proteção Animais de Salvador


VERDADEIRA SITUAÇÃO DA UPAS
.
Aqui os animais são bem tratados,
apesar de todas as dificuldades para manter
o projeto de encontrar pessoas dispostas a adotar e dar
a eles um lar.
.
Para quem pensa que as casas de adoção de animais não passam por nenhuma dificuldade ou recebe alguma ajuda do governo numa ação social, está cometendo um grandíssimo engano!
Na verdade, a adoção de animais de rua é um trabalho que conta muito mais com o humanitarismo e solidariedade de cada um de nós, do que necessariamente uma questão meramente de promoção social, onde encontramos pessoas que se dizem partidária ou ativista de uma causa que diz respeito ao nosso bem estar, como a questão da emissão de carbono na atmosfera que é a preocupação recorrente no mundo atual, mas, na verdade não possui esse espírito coletivo.
A UPAS uma das maiores representantes aqui na Bahia, nesse assunto de zelar pelos os animais, principalmente os de rua, que são abandonados e largados a própria sorte. Mostra como se labuta para manter o projeto de tirá-los da rua e arranjar pessoas que sensibilizadas pela causa, devolva a eles, carinhos, amor e o que é mais importante: Um lar.
.
DOAÇÕES E VOLUNTÁRIOS: Pela reportagem da UPAS feita pelo movimento, podemos comprovar que a realidade das casas de adoção de animais é crua, dura e dolorosa. Na Upas que vive praticamente de doações e voluntários, nos informou que em relação a doação, são as poucas pessoas que contribuem com verba, na faixa de 10 colaboradores e na parte voluntária, também pouquíssima voluntários. Normalmente os voluntários ajudam nas feiras de adoção e se encontram na faixa de 10 pessoas mais ou menos.
.
REALIDADE DOS ANIMAIS DE RUAS (em que situação é encontrada):
Como Salvador não tem um canil publico, ou uma política de recolhimento e adoção, os animais são encontrados muitas vezes nos piores estados, sofrendo violência, atropelo, maus tratos dos mais diversos. Os protetores, bem como as ONGs não possuem verba nem espaço físico para recolher e abrigar a todos os casos de violência e abandono que existe na cidade. O que pregando é que precisa haver urgente uma política publica semelhante a da cidade de são Paulo e Curitiba, trabalhando com educação da população,
Sensibilização para casos de mau tratos e abandono, intensificar as castrações e ter um canil publico, onde os animais seriam reabilitados e postos para adoção. Este trabalho que é dever do estado, esta sendo feito por nos, voluntários na raça e coragem. Outra coisa muito importante é o trabalho da policia em passar a receber denuncias de maus tratos e aplicar a pena realmente. Atualmente os crimes contra animais não são punidos, o que da margem a novos crimes. Deve-se haver uma delegacia especializada, ou encarregada em apurar esse tipo de denuncia.
.
ENTREVISTA: A UPAS Nosso “Papo de Ventilador” deste mês é com a UPAS.
Através de uma conhecida (Ruth Nunes) tomei conhecimento da atuação da UPAS e de suas representantes Ivana Ribeiro e Aglaia Brandão que estão a frente desta associação, desenvolvendo a ressocialização dos animais encontrados na rua. Animais estes, totalmente carentes de um olhar de carinho e um calor humano que possa transformar suas “vidas de mendigos” na bela cidade da Bahia.
A fim de mostrar ao público o que acontece no dia-a-dia de uma casa de adoção de animais de rua em Salvador, é que o movimento Vamos Adotar um Cão fez essa entrevista, para saber das suas dificuldades de auto-gerenciamento, seu trabalho feito dentro da filantropia e como fazem para acontecer a adoção voluntária na vida desses animais.
.
1. Defina Aglaia/Ivana para UPAS
Ivana é a diretora presidente da Upas e a Aglaia a Diretora Administrativa. Na verdade os cargos são uma formalização, pois como equipe, trabalhamos tomando decisões em conjunto.
2. Como surgiu a Upas?
Nós já estamos ha pelo menos 6 anos envolvidas com a causa animal, e em 2009 surgiu a necessidade de aumentarmos o alcance da nossas ações, pois até para realização das feirinhas de adoção precisamos ter uma ONG registrada, dando maior credibilidade ao nosso trabalho. Foi aí que resolvemos a convite de uma antiga protetora, entrar para a UPAS.
3. Fale um pouco do trabalho desenvolvido pela UPAS
Nosso trabalho esta voltado para educação sobre posse responsável e doação de cães e gatos que são abandonados. Estamos focando num trabalho de base, educando proprietários e castrando cães abandonados para tentarmos diminuir a projeção do número de cães e gatos nas ruas.
4. A adoção realizada pela UPAS como acontece?
Todos os cães e gatos que estão nos Lares temporários que a UPAS apóia são anunciados no site da ONG e levados as feiras de adoção. Os Interessados serão entrevistados e sendo aprovados deverão apresentar documentos de identidade e comprovante de residência para que seja preenchido o termo de responsabilidade. Os interessados em adotar, podem adotar nas feirinhas ou entrar em contato pelo site.
5. Qual a contribuição que recebendo quando adotamos um animal de rua?
Eterna gratidão do animal adotado. Temos inúmeros relatos de, principalmente animais adultos quando adotados, os donos recebem amor e carinho de forma muito especial, pois o animal percebe o gesto e tenta retribuir todos os dias. É uma troca muito bonita, so quem adota sabe o quanto o animal é grato.
6. Vocês recebem animais encontrados por outras pessoas ou somente pela UPAS?
Não recebemos nem resgatamos animais. Os cães e gatos doados por nós são oriundos dos lares temporários que apoiamos. Estes cães ficam hospedados nos lares temporários com a estadia sendo paga pelo protetor que o resgatou. Salvo raras exceções quando encontramos animais em situação de risco, eles podem ser resgatados.
7. Os animais da UPAS são tratados? Ou seja, já vai pro dono livres de carrapatos e doenças?
Sim, todos os cães doados por nós são previamente avaliados por um médico veterinário e doados apenas quando saudáveis. São todos vacinados não só contra a raiva, mas contra doenças fatais ao cão ou gato (com a vacina múltipla) e desverminados.
8. Pelo fato dos animais serem de rua, existe preconceito?
Felizmente esta idéia de adotar cães de rua esta crescendo cada vez mais.Em bairros como a Barra, onde o comum era vermos apenas cães de raça passeando com seus donos hoje já se percebe um número grande cães SRDs (sem raça definida) que foram adotados e também freqüentam o mesmo lugar com seus novos donos. Mas existem sim preconceito contra vira-latas ainda.
9. Qual o maior problema que impede a concretização de uma adoção?
Muitas pessoas querem adotar por impulso, sem pensar nas questões financeiras e de espaço físico que pode oferecer ao animal adotado, e de tempo para se dedicar. Estas questões às vezes inviabilizam a doação, pois sempre são avaliadas por nós.
10. Que papel desenvolve a UPAS na adoção de animais?
Recuperamos os animais, dando tratamento veterinário, medicamentos, vacinas, alimentação e o expomos para a adoção.
11. De onde vem os recursos da UPAS para manter o projeto de adoção?
Realizamos bazares, pedimos doações e também colocamos recursos pessoais. Precisamos urgentemente de colaboradores associados, pois as doações que temos atualmente são esporádicas.
12. A UPAS trabalha com voluntariado?
Sim, e estamos precisando aumentar o quadro de voluntários para nos ajudar nos mutirões dos lares e nos eventos.
13. Qual a maior dificuldade encontrada pela UPAS para manter a causa da adoção de animais?
Financeira
14. Existe uma política pública para a questão dos animais abandonados?
Não. Em Salvador não existe nenhuma política publica. A política que se emprega aqui é antiquada e fora dos padrões que a OMS e a sociedade mundial reconhece como a ideal, que é adotar a educação da população para a questão dos maus tratos, e conceder um programa de adoção com posse responsável. O CCZ apenas os vacina contra raiva, sendo que temos diversas doenças como a leshimaniose, a leptospiroses, etc que poderiam ser evitadas se os mesmos fossem vacinados com a vacina múltipla ou de leshimania.
15. As feiras de adoção na UPAS atingem seus objetivos? Quais seriam eles?
Sim, nas feiras de adoção conseguimos doar sempre uma média de 15 animais e desta maneira conseguimos aumentar a rotatividade dos lares temporários e poder ter espaço para acolher e preparar mais animais para adoção. Além de chamar a atenção da sociedade para o problema, pois ao mesmo tempo distribuimos material informativo sobre posse responsável.
16. Quem mais adota na feira?
Cerca de 90% das às adoções são realizadas por famílias, ou casal sem filhos.
17. Qual o total de animais nos lares temporários que a UPAS apóia?
Temos cerca de 140 cães
18. Os cães e gatos encabeçam a lista dos mais encontrados na cidade?
Sim, como uma zona urbana, Salvador possui em sua maioria animais de origem doméstica (cães e gatos)
19. Salvador é uma das cidades que tem muito abandono animal, por quê?
Sim, a nossa cidade não possui nenhuma medida pública que evite esta pratica. Não há projetos de conscientização nem ações em massa para o controle populacional destes cães e gatos que são abandonados.
20. Animais na rua são sinônimos de problema, não?
Sim, cães e gatos nas ruas causam muitos problemas para a cidade. Acidentes, com animais (atropelos), proliferação de zoonoses e procriação indiscriminada...
21. O que fazer para os animais encontrarem mais lares e pessoas dispostas a cuidar deles?
Acredito que como ONG não tem tanto alcance na sociedade quando uma política publica e peso a exemplo da que está sendo feita pelas prefeituras de São Paulo e Curitiba. Acho que quando houver uma política publica seria, praticamente será dado o primeiro passo para garantir o respeito e valorização da vida animal.
22. Por onde começa a mudança desse cenário, tão triste dos animais abandonados pela cidade?
Como expliquei acima, criando uma política publica seria e que atinja todas as classes sociais.
23. As pessoas que quiserem se associar a UPAS deve fazer o que?
Nosso cadastro de associação esta disponível no site http://www.upas.org.br/
Muito obrigada!