ESTAVA PREVISTO


Eu como ex-corredor na orla de Salvador, sempre quando estava correndo e via a pista de “Cooper” toda quebrada com seus fios elétricos expostos, pensava: Um dia vai acontecer uma grande fatalidade com um desses corredores de final de semana (inclusive eu) do jeito que a coisa estava, um “gato” a cada cinco metros de distância entre uma barraca de praia e outra.
Sei que em 2014 a Bahia vai ferver com a copa do mundo no Brasil e nossa orla terá de ficar pronta até lá para servir a legião de turista que chegará a boa terrinha.
Eu acompanhei nas minhas corridinhas pela praia o começo e o final dessa problemática envolvendo a prefeitura e os barraqueiros de praia. Lembro que o prefeito, há tempos atrás, distribuiu para aquelas barracas já no chão, barracas de PVC em parceria com as marcas de cerveja, como a barraca da SKOL, Kaiser e entre outras. Seria uma solução perfeita, se a prefeitura não se esquecesse de instruir os donos de barracas de como fazer a orla ficar um pouco mais padronizada e organizada pelas praias de Salvador. Resultado: fizeram das barracas de um tudo, depósito, varandas, puxadinho em plana desordem. A orla ficou repleta delas armadas de lado, de frente e de fundo e até revestida de compensado, lembrando bem um barraco de invasão. Não adiantou nada a prefeitura ter a boa vontade com eles, se o principal não foi feito. A bendita instrução de uso das barracas bancada pelas “cervejotas”.
Depois disso, não teve como permitir a “puta” desarrumação a beira mar. Não que esteja defendendo o poder público, mas como banhista estava uma zorra tomar uma cervejinha em paz, sem se deparar com algazarra praiana. Tenho um amigo ex-dono de barraca, na verdade tinha duas, antes do desmantelo. Em seguida, passou pra uma barraca e meia (com puxadinho), e no final da história, montou a tal “barraca das cervejas” e hoje tá sem trabalho, o que é uma pena.
Não sei o que houve, mas parece que os barraqueiros saíram da praia e largaram muita coisa à-toa e também sem a preocupação em deixar a área limpa. Que se dane o resto... Nesse momento a responsabilidade caiu sobre o Poder Público que não verificou o trabalho realizado. Queriam as barracas derrubadas somente e pronto. Serviço feito! Devo lembrar que os funcionários da prefeitura também sofrem do descaso humano e não tão nem ai com os usuários das praias...
Fiquei chocado e muito triste com a morte da cadela pelo choque elétrico decorrente dos “gatos” das barracas de praia, que miaram somente agora, depois das suas derrubadas. O certo é, que os famosos “gatos” sempre existiram na orla de Salvador. Era bastante olhar o piso quebrado e seguir, seguir... Até vê os fios como cobras no chão e cordas de varal (do chão até a parede da barraca). Ou seja, o problema dos bichanos é bem antigo, poderia acontecer lá no passado. Pra mim, já estava previsto!