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"Target" venceu na guerra, mas não foi capaz de sobreviver à civilização
Cadela que salvou soldados de atentado no Afeganistão é sacrificada por engano no Arizona
Por: La Vanguardia
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Cadela que salvou soldados de atentado no Afeganistão é sacrificada por engano no Arizona
Por: La Vanguardia
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As duas caras de um mesmo conflito. Dois heróis, dois destinos. Alguns jornais americanos mostraram ontem essa duplicidade. A felicidade do sargento Salvatore Giunta, o primeiro soldado americano a receber a Medalha de Honra em vida desde a guerra do Vietnã, ficou registrada na fotografia. Ao lado dessa imagem apareceu também a de Target, uma cadela da raça pastor alemão, que depois de salvar alguns militares de um atentado suicida no Afeganistão, recebeu o privilégio de viajar aos Estados Unidos, para longe do campo de batalha, onde encontraria abrigo em uma família agradecida.
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Sua aventura americana, no entanto, provocou o que nem balas ou granadas conseguiram. Target morreu por um engano, sacrificada num centro de controle de animais no Arizona. Seu dono, o sargento Terry Young, ficou desolado, segundo relatos que publicou em redes sociais.
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Em julho de 2009, Terry Young chegou ao Afeganistão, onde permaneceu até março passado. Na volta, relatou sua maior peripécia ao McCook Daily Gazette, de Nebraska, de onde é originário – mesmo que atualmente viva em Phoenix, no Arizona. Só graças a alguns cachorros, contou ele, podia se dar ao luxo de estar vivo para descrever o que ocorreu. Ele e seus companheiros estavam aquartelados nas tendas de Dand Aw Patan, quando os latidos de três cães amedrontaram um homem-bomba que se aproximava para provocar uma matança. O terrorista voou pelos ares sem levar nenhum soldado americano consigo. Sasha, um dos animais, morreu em consequência dos ferimentos causados pela explosão.
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Os outros dois heróis, Target e Rufus – uma fêmea e um macho – ficaram por lá quando Terry voltou para casa. Entre a dureza da guerra – "você esquece o que é civilização" –, Young evocou seus amigos caninos. Sua história foi tão comovente que criou um movimento de resgate. A mãe e a noiva de um dos soldados que o substituiu abriram uma página no Facebook – The puppy rescue mission – para arrecadar dinheiro e poder oferecer aos mascotes um novo lar.
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Uma organização de proteção aos animais se envolveu completamente na missão, chamada "os sete afortunados". Entre eles, Rufus e Target. "Eles nos deram um passaporte para a vida", escreveu depois o entristecido militar.
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Em sua memória surge a data de 18 de julho. Ao rever seus e-mails, o coração começou a bater acelerado. Abaixo de um titulo "Hi, Terry", uma das responsáveis pela campanha perguntava se estaria disposto a acolher Target. Anunciava que ela aterrissaria no aeroporto Kennedy, em Nova York, na quinta-feira seguinte. "Pensei que era um sonho. No dia em que me despedi pensei que nunca mais a veria de novo.
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"Claro, Target e o sargento Terry Young desfilaram pela televisão. A popular Oprah Winfrey o entrevistou. No dia seguinte, Target, acostumada às aventuras e à liberdade, escapou pela porta dos fundos da casa de Young. Foi aprisionada pelos funcionários do Centro de Controle de Animais de Phoenix e, como não estava registrada nem tinha chip de identificação, os empregados do a fizeram dormir para sempre. Dizem que abriram uma investigação para apurar responsabilidades. Terry Young, e especialmente sua filha de quatro anos, estão desolados.
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Fonte: Revista Veja - on line (site)
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