Meu conceito de amizade passa com certeza pelo caminho da sinceridade. Sim, um belo caminho composto de uma virtude sem igual. Ter um amigo sincero é certamente viver bem melhor, pois temos a confiança que ele estará de prontidão naquelas horas de sufoco e total precisão. Quem de nós não teve ainda uma pessoa para chamar, sem margem nenhuma de dúvida, de meu melhor amigo! E dessa relação nasce um vínculo verdadeiramente puro de cumplicidade e segredos.
Somente os amigos, podem comprovar com gestos e atitudes, dando testemunho que a amizade é necessária ao nosso bem estar em todos os sentidos.
Os homens se soubessem o benefício de fazer uso dessa boa prática, seriam outros nos comportamentos socais e certamente evitaria conflitos e a guerra do novo milênio, a nuclear. Quem sabe, a paz existisse além dos acordos e das armas nucleares com seu poder de fogo e destruição.
Nunca vi e desconheço a amizade “por contrato” e sim pela cumplicidade entre duas pessoas distintas, que passam a dividir e a trocar significativas experiências, que vão nutrir uma relação de bons frutos pela eternidade. Porém, infelizmente temos poucos exemplos a nos espelhar para segui-lo, a fim de modificar conceitos a nível mundial: Amigo, amigo mesmo tem de ser comprovado no cartório. Está provado na maior tristeza que a palavra de um amigo não tem mais valor.
Se a nossa amizade é bonita sendo exercida corretamente, a dos animais, principalmente a dos cachorros tem um brilho diferente, pois é digna e louvável de tê-la. Sobre ela, podemos dizer que é muito especial, pois se dá sem racionalidade nenhuma (quem nos dera os homens agissem assim) apenas por instinto. O cão gosta e fim de papo. Fica seu amigo, amigo fiel, solidário, companheiro e cúmplice, para o que der e vier, faça sol ou faça chuva, estará contigo todas as horas.
Ao pensar na amizade dos cães com a gente, foi que lembrei com imensas saudades de “Pluf”. Meu melhor amigo peludo. Daí eu resolvi registrar, eternizando nos escritos, nossas aventuras e desventuras de um menino e o cachorro de sua prima.
“Pluf” era um vira-lata pequeno, mas com a inteligência altíssima ao captar tudo que se passava ao seu redor, o danado só faltava falar... Apesar de ser de minha prima, que ganhou o animal e até hoje não sei dizer quem deu a ela, considerava também como meu, pois passava a maior parte comigo nas minhas brincadeiras de crianças.
Devo informar ao leitor que “Pluf” era um cachorro que andava sem coleira, alias nunca precisou tê-la, tudo com ele era com base dos gestos e palavras e a resposta vinha de uma obediência canina perfeita. Também jamais era agressivo, vivia numa de paz, amor e amizade. Todos gostavam dele e ele via em todos seus amigos e companheiros. Era um cachorro que estava com a gente em todos os lugares: na praia, num passeio para ilha de Itaparica, num jogo de bola, nas nossas brincadeiras de criança, enfim... Ele era o mascote da turma. Bom cão e amigo fiel até debaixo de chuva.
Nossa amizade era tão forte, que todos os dias ele me levava para pegar a Kombi do colégio. Ao chegar o horário, ele começava a latir, latir, latir... Como se falasse: auau “Tá no horário...”, auau “Quer perder o transporte do colégio?” auau “Vombora logo!”
E assim, durante a semana se repetia a rotina. “Pluf” e eu indo esperar o transporte do colégio. Enquanto a “apanha” não chegava, ele ficava ali de olho vivo nas cadelinhas e nos carros. Ao avistar de longe a Kombi vermelha dava o sinal latindo. Conhecido de todos, ele fazia a festa com a meninada no pouco tempo que eu tinha ao entrar na condução.
Ao retornar à tarde, por volta das cinco horas, ele estava lá de olhos atentos a minha chegada. O mesmo de sempre com uma alegria vigorosa e uma disposição de brincar infinita. Pelo caminho tudo era permitido: corridas, pulos, intimidar outros cachorros menores e procurar cadelas no cio. Ele era um retado nas conquistas caninas (um “Don Juan” barato - um vira-lata de carteirinha), olhava com os olhos de inocente e pronto, já tava na pata a cadelinha. O amor animal vinha com toda força e às vezes para não ficar “segurando a vela” seguia pra casa já sabendo do resultado.
Certo dia o danado do “Pluf” não voltou, depois de me pegar no ponto de tarde, sumiu. Onde estaria ele? Atrás de alguma cadelinha? A verdade é que deu de noite e nada, e, com isso, apareceram às preocupações, as indagações e principalmente as promessas de minha mãe. Por sinal, foram muitas. De acender vela a entrar na igreja do Bonfim, não ficou nenhum santo de devoção de fora. A listagem era realmente grande. Deus seja louvado...
Já se passavam dois dias e nada do cachorro, as lembranças intensas e as lágrimas em sua memória eram constantes. Tudo era tristeza. Realmente uma casa sem bicho é vazia e sendo um animal já um membro da família, pior ainda. Como agüentar viver sem um latido, sem um balançar de rabo ou um sacudir de orelhas? É doloroso se pegar chamando: “Pluf, ô “Pluf” e receber um grandioso silêncio como prova absoluta que ele já havia partido dessa pra melhor. Que realidade mais dura...
Lembro-me que era um dia de domingo e que na segunda-feira estaria sem meu amigo peludo a me acompanhar na embaixada estudantil. Meu caminhar não seria o mesmo, assim como, meu sentimento também ao me encontrar sozinho a esperar o bendito transporte.
Deve relembrar aos leitores que “Pluf” era um cachorro muito dado e o que seria uma morte anunciada com seu sumiço, não passou de um grande susto, felizmente. Aconteceu que foi parar na Universidade Católica, localizada na federação, bem perto de casa. Provavelmente se perdeu e como minha mãe fazia um curso lá, ele terminou se parando no Campus Universitário. Sorte nossa! O seu gostar pela família o fez memorizar onde minha mãe estudava e sabia de antemão que dali sairia pra casa. Dito e feito.
O grande encontro e a surpresa se deram quando “Pluf” se meteu debaixo da carteira da aluna Lígia (minha mãe) e começou a se coçar e olhar com os olhos de pidão – três dias faminto – como se implorasse uma boa comida urgente. A reação de perplexidade de Lígia era um misto de felicidade, alegria e imensa vergonha, pois os trejeitos caninos revelavam que o vira-lata atrevido, mesmo sem coleira, tinha uma dona e essa dona era ela. Não tinha como negar depois das lambidas e esfregões nas suas pernas.
No final da aula, a sala já vazia, Lígia retribuiu os afagos e improvisou, pela primeira vez na vida, uma corrente feita de cordão para por no cachorro perdido e reconduzi-lo para casa são e salvo. Ao chegar a casa a alegria foi geral e as promessas compridas dia a dia.
O mais triste desse relacionamento animal (“Pluf comigo) foi a nossa separação. Eu me mudei e ele como era da prima, ficou. Doeu no peito ter de deixá-lo, mas infelizmente fomos morar em um bairro distante, num apartamento pra ser exato. Mesmo na distancia procurava notícias dele. Como estaria “Pluf” com as novas amizades? Teria ele encontrado outra amizade genial? Uma boa dupla de brincadeiras e folias? Quem sabe...
Bons tempos se passaram e nada de vê-lo, nem em foto e nem em canto algum, porém nas minhas lembranças e memórias “Pluf” permanecia sempre presente. Até que aconteceu de ter uma oportunidade de ir à casa da prima e antes de entrar na casa dela, eu o encontrei no outro lado da rua. Êta emoção danada e saudades que se foram rapidinhas. Foi como se eu abrisse um frasco de álcool fechado por mais de vinte anos e sua evaporação acontecesse em fração de segundos.
Posso dizer que depois do reencontro, pode reparar que estava bastante mudado fisicamente, mais velho e com focinho já todo branco, mas era meu “Pluf”! Aquele que me levava e trazia todos os dias fazendo sol ou chuva. Apesar da velhice ele era ainda um cachorro com memória de elefante. Não se esqueceu da gente. Que bom...
Somente os amigos, podem comprovar com gestos e atitudes, dando testemunho que a amizade é necessária ao nosso bem estar em todos os sentidos.
Os homens se soubessem o benefício de fazer uso dessa boa prática, seriam outros nos comportamentos socais e certamente evitaria conflitos e a guerra do novo milênio, a nuclear. Quem sabe, a paz existisse além dos acordos e das armas nucleares com seu poder de fogo e destruição.
Nunca vi e desconheço a amizade “por contrato” e sim pela cumplicidade entre duas pessoas distintas, que passam a dividir e a trocar significativas experiências, que vão nutrir uma relação de bons frutos pela eternidade. Porém, infelizmente temos poucos exemplos a nos espelhar para segui-lo, a fim de modificar conceitos a nível mundial: Amigo, amigo mesmo tem de ser comprovado no cartório. Está provado na maior tristeza que a palavra de um amigo não tem mais valor.
Se a nossa amizade é bonita sendo exercida corretamente, a dos animais, principalmente a dos cachorros tem um brilho diferente, pois é digna e louvável de tê-la. Sobre ela, podemos dizer que é muito especial, pois se dá sem racionalidade nenhuma (quem nos dera os homens agissem assim) apenas por instinto. O cão gosta e fim de papo. Fica seu amigo, amigo fiel, solidário, companheiro e cúmplice, para o que der e vier, faça sol ou faça chuva, estará contigo todas as horas.
Ao pensar na amizade dos cães com a gente, foi que lembrei com imensas saudades de “Pluf”. Meu melhor amigo peludo. Daí eu resolvi registrar, eternizando nos escritos, nossas aventuras e desventuras de um menino e o cachorro de sua prima.
“Pluf” era um vira-lata pequeno, mas com a inteligência altíssima ao captar tudo que se passava ao seu redor, o danado só faltava falar... Apesar de ser de minha prima, que ganhou o animal e até hoje não sei dizer quem deu a ela, considerava também como meu, pois passava a maior parte comigo nas minhas brincadeiras de crianças.
Devo informar ao leitor que “Pluf” era um cachorro que andava sem coleira, alias nunca precisou tê-la, tudo com ele era com base dos gestos e palavras e a resposta vinha de uma obediência canina perfeita. Também jamais era agressivo, vivia numa de paz, amor e amizade. Todos gostavam dele e ele via em todos seus amigos e companheiros. Era um cachorro que estava com a gente em todos os lugares: na praia, num passeio para ilha de Itaparica, num jogo de bola, nas nossas brincadeiras de criança, enfim... Ele era o mascote da turma. Bom cão e amigo fiel até debaixo de chuva.
Nossa amizade era tão forte, que todos os dias ele me levava para pegar a Kombi do colégio. Ao chegar o horário, ele começava a latir, latir, latir... Como se falasse: auau “Tá no horário...”, auau “Quer perder o transporte do colégio?” auau “Vombora logo!”
E assim, durante a semana se repetia a rotina. “Pluf” e eu indo esperar o transporte do colégio. Enquanto a “apanha” não chegava, ele ficava ali de olho vivo nas cadelinhas e nos carros. Ao avistar de longe a Kombi vermelha dava o sinal latindo. Conhecido de todos, ele fazia a festa com a meninada no pouco tempo que eu tinha ao entrar na condução.
Ao retornar à tarde, por volta das cinco horas, ele estava lá de olhos atentos a minha chegada. O mesmo de sempre com uma alegria vigorosa e uma disposição de brincar infinita. Pelo caminho tudo era permitido: corridas, pulos, intimidar outros cachorros menores e procurar cadelas no cio. Ele era um retado nas conquistas caninas (um “Don Juan” barato - um vira-lata de carteirinha), olhava com os olhos de inocente e pronto, já tava na pata a cadelinha. O amor animal vinha com toda força e às vezes para não ficar “segurando a vela” seguia pra casa já sabendo do resultado.
Certo dia o danado do “Pluf” não voltou, depois de me pegar no ponto de tarde, sumiu. Onde estaria ele? Atrás de alguma cadelinha? A verdade é que deu de noite e nada, e, com isso, apareceram às preocupações, as indagações e principalmente as promessas de minha mãe. Por sinal, foram muitas. De acender vela a entrar na igreja do Bonfim, não ficou nenhum santo de devoção de fora. A listagem era realmente grande. Deus seja louvado...
Já se passavam dois dias e nada do cachorro, as lembranças intensas e as lágrimas em sua memória eram constantes. Tudo era tristeza. Realmente uma casa sem bicho é vazia e sendo um animal já um membro da família, pior ainda. Como agüentar viver sem um latido, sem um balançar de rabo ou um sacudir de orelhas? É doloroso se pegar chamando: “Pluf, ô “Pluf” e receber um grandioso silêncio como prova absoluta que ele já havia partido dessa pra melhor. Que realidade mais dura...
Lembro-me que era um dia de domingo e que na segunda-feira estaria sem meu amigo peludo a me acompanhar na embaixada estudantil. Meu caminhar não seria o mesmo, assim como, meu sentimento também ao me encontrar sozinho a esperar o bendito transporte.
Deve relembrar aos leitores que “Pluf” era um cachorro muito dado e o que seria uma morte anunciada com seu sumiço, não passou de um grande susto, felizmente. Aconteceu que foi parar na Universidade Católica, localizada na federação, bem perto de casa. Provavelmente se perdeu e como minha mãe fazia um curso lá, ele terminou se parando no Campus Universitário. Sorte nossa! O seu gostar pela família o fez memorizar onde minha mãe estudava e sabia de antemão que dali sairia pra casa. Dito e feito.
O grande encontro e a surpresa se deram quando “Pluf” se meteu debaixo da carteira da aluna Lígia (minha mãe) e começou a se coçar e olhar com os olhos de pidão – três dias faminto – como se implorasse uma boa comida urgente. A reação de perplexidade de Lígia era um misto de felicidade, alegria e imensa vergonha, pois os trejeitos caninos revelavam que o vira-lata atrevido, mesmo sem coleira, tinha uma dona e essa dona era ela. Não tinha como negar depois das lambidas e esfregões nas suas pernas.
No final da aula, a sala já vazia, Lígia retribuiu os afagos e improvisou, pela primeira vez na vida, uma corrente feita de cordão para por no cachorro perdido e reconduzi-lo para casa são e salvo. Ao chegar a casa a alegria foi geral e as promessas compridas dia a dia.
O mais triste desse relacionamento animal (“Pluf comigo) foi a nossa separação. Eu me mudei e ele como era da prima, ficou. Doeu no peito ter de deixá-lo, mas infelizmente fomos morar em um bairro distante, num apartamento pra ser exato. Mesmo na distancia procurava notícias dele. Como estaria “Pluf” com as novas amizades? Teria ele encontrado outra amizade genial? Uma boa dupla de brincadeiras e folias? Quem sabe...
Bons tempos se passaram e nada de vê-lo, nem em foto e nem em canto algum, porém nas minhas lembranças e memórias “Pluf” permanecia sempre presente. Até que aconteceu de ter uma oportunidade de ir à casa da prima e antes de entrar na casa dela, eu o encontrei no outro lado da rua. Êta emoção danada e saudades que se foram rapidinhas. Foi como se eu abrisse um frasco de álcool fechado por mais de vinte anos e sua evaporação acontecesse em fração de segundos.
Posso dizer que depois do reencontro, pode reparar que estava bastante mudado fisicamente, mais velho e com focinho já todo branco, mas era meu “Pluf”! Aquele que me levava e trazia todos os dias fazendo sol ou chuva. Apesar da velhice ele era ainda um cachorro com memória de elefante. Não se esqueceu da gente. Que bom...
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"Pluf" era mais que um cachorro. Era um grande amigo e membro da família.
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Essas aventuras se deu entre a década de 80 e a de 90. Mas como a saudade é coisa que a gente não controla fiz esse registro e a homenagem póstuma ao meu primeiro amigo fiel.
2 comentários:
Linda Homenagem ao Pluf!!! Parabéns!!! Bjs, Nati
linda história! muito pare4cida com um cãozinho q eu tinha... o pimpolho... mas ñ teve um final feliz... pois ele nunca voltou p casa... e eu nunca soube o q aconteceu com ele, mas era bem parecido com Pluf, nunca precisou de coleira, me acompanhava sempre, e me recebia sempre tb!!! bateu saudade!!! bjs
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