CRÔNICA EXTRA


FATALIDADE ACONTECE EM TODO LUGAR

É de entristecer demais a noticia que “Target” a “cadela salvadora” que salvou os soldados americanos de um atentado no Afeganistão foi morta por um engano. Nós que gostamos de animais, em particular de cães, que deixam nossa vida mais colorida é uma nota também para reflexão. O destino age nos animais assim como na gente e cada um tem sua sorte. Mas que sorte mais sem nexo morrer dessa maneira tão inesperada, um animal digno de respeito e não somente de medalhas. Medalhas ficam guardadas, pegam poeira e caí no esquecimento; já o reconhecimento, fica sempre na lembrança, não sofre nenhum tipo de sujeira e volta e meia, o assunto é comentado. O tempo passa e ele continua ali intacto, perfeito...
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A sina de “Target” foi ser guerreira e como toda raça de pastor alemão, serviu no melhor estilo e exemplo de proteção ao seu dono (o sargento Terry Young) numa guerra absurda e desumana como a do Afeganistão. Os homens se preocupam em manter a paz com armas, mas não se lembra que a paz é viver sem elas, sem construir fronteiras... Nossa vida acaba e o mundo fica indiferente ao que acontece. Um pedaço de chão é só um pedaço de chão apenas e nada mais.
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Passada a guerra “Target” ganhou uma família pelo reconhecimento do seu ato heróico e não poderia ser melhor, a paz e o sossego num lar seguro, aliás, um porto seguro que qualquer cão deseja. De repente, não mais que de repente, acontece o trágico numa situação corriqueira, a “carrocinha” tratou de matá-la como um animal de rua, sem identificação e sem glórias. O controle de Zoonose dos americanos é levado à risca. O que pensar em relação seu destino? Nasceu para servir, salvar vidas, viver entre pessoas amigas e se acabar no anonimato, numa rua longe de casa... Não teria melhor sorte um animal de ações tão nobres? O que teria feito a cadela pra merecer esse pesado fardo na sua vida canina. Está provado que a fatalidade acontece em qualquer lugar, basta somente estar vivo!
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Sua vida não tem como recuperá-la. Morreu, acabou! E com ela foi todo seu instinto afetivo “animal” e em seu lugar restou lágrimas, sentimentos, recordações e saudades. O mundo há cravar seu nome entre aqueles que fizeram sua parte na intenção de dá sentido a vida, num gesto inconsciente, porém recheado de razão (se comparamos com os humanos de instinto animal) na figura singela de uma cachorra.
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Em todo caso, caímos naquela máxima, que não cabe reflexão: “Deus sabe o que faz...” e outra, pode ter certeza que “target” está melhor do que gente, longe de tudo que nos causa medo e desespero. Vá e chegue à paz!